Os Óscares #2

E foi ontem, finalmente, a grande noite dos Óscares. O post já vem um bocadinho tarde, é certo, mas vem de boa vontade, podemos garantir! As expectativas estavam altas por isso o sono não veio mesmo e, como já vem sendo tradição cá por casa, a noite fez-se no sofá, em frente à televisão, à espera das grandes revelações.

E começou da melhor forma, com a apresentação genuína e cómica de Neil Patrick Harris, como habitual nos Prémios da Academia. E logo na entrega do primeiro Óscar, como se previa, J.K. Simons com a frenética interpretação em Whiplash, um dos meus filmes preferidos como vos disse aqui. E que melhor que seguido da actuação acústica e bem intimista de Adam Levine com a música Lost Stars? Apaixonei-me por ela assim que vi Num Outro Tom e desde aí, confesso, não tenho parado de a ouvir.



 


Depois do intervalo, mudança de cenário, que não pode deixar de nos remeter para o Grand Budapest Hotel, com direito a lobby man e tudo, vencedor das duas categorias desta segunda parte da cerimónia, melhor guarda roupa e melhor caracterização.
Continuava tudo em bom com apresentação de Marion Cotillard, não tivesse ela anunciado a actuação medonha de mais um nomeado para melhor música O Filme Lego. Ela merecia melhor! Senti-a constrangida, juro! E deve ter sido aqui que tudo começou a mudar...

Chegou talvez a mais cómica cena da noite, com a interpretação de Neil Patrick Harris da memorável cena do filme Birdman em que o roupão fica preso na porta... Sim, é mesmo verdade, seguiu para o palco em cueca branca... deve ter sido este o prenúncio de que Birdman ia ser definitivamente o filme da noite!
Whiplash somou o segundo Óscar, desta feita para melhor mistura de som e, mais tarde, o terceiro para melhor montagem. Categorias técnicas, é certo, mas merecidas. Sniper Americano apenas conseguiu levar para casa o Óscar na edição do som.


E foi de coração cheio que vi Patricia Arquette subir ao palco para receber o Óscar de melhor actriz secundária pela participação em Boyhood, e bolas, se não é merecido, 13 anos?! Foi uma longa espera que valeu a pena! Só que valeu a pena só mesmo para ela... e o resto? Nem mais um Óscar... e que desgosto, posso dizer-vos! Não tanto quanto o do realizador, de certeza, que deve estar de cara no chão, incrédulo que tal reconhecimento não tenha vindo por parte da Academia...
Interstellar não ficou totalmente esquecido e levou um prémio de consolação para melhores efeitos visuais.

Mas a minha primeira desilusão da noite, foi mesmo a primeira alegria para Birdman, que roubou o Óscar de melhor fotografia a Grand Budapest Hotel... E não tinha eu motivos para não ter gostado deste filme?! Fiquei um bocadinho incrédula mas pronto, estes prémios têm destas coisas! A partir daqui foram mesmo só desilusões, umas atrás das outras, numa cerimónia que já estava bem morna!



A primeira grande ovação de pé chegou com a actuação de John Legend (que tive o prazer de ver no final do ano passado) e Common, com a música Glory, do filme Selma, com bastantes lágrimas no público, e que não tardou em receber mesmo o primeiro Óscar, já esperado nesta categoria, o único esperado para este filme, como se veio a confirmar.
E um dos momentos mais aguardados da noite chegou com Lady Gaga a recordar Música no Coração, numa actuação brilhante, num registo muito clássico, claramente diferente do seu habitual, e que lhe fica tão mas tão bem... E que vozeirão... Foi a segunda ovação de pé e que bem merecida!

Para mal dos meus pecados, Birdman acabou mesmo por roubar outro Óscar a Grand Budapest Hotel, desta feita o de melhor argumento original.
O momento de euforia chegou com o Óscar de melhor argumento adaptado para Jogo de Imitação, muito bem entregue. Com um discurso fortíssimo, Graham Moore apelou a todos aqueles que se acham diferentes e sentem não pertencer aqui, a nada, como ele próprio já o sentiu, tendo mesmo chegado a fazer uma tentativa de suicídio.



Eddie Redmayne não surpreendeu em receber o Óscar de melhor actor por todo o trabalho de caracterização e interpretação desenvolvido em A Teoria de Tudo. É realmente impressionante a transformação física deste actor. Ainda sem surpresas, o Óscar de melhor actriz foi para Julianne Moore que subiu ao palco emocionada, ainda assim, cheia de sentido de humor.

Birdman juntou as principais estatuetas e foi para casa todo contente, a levitar, talvez! Não lhe chegava ter roubado a de melhor fotografia e melhor argumento original a Grand Budapest Hotel, como tinha também que roubar a Boyhood o de melhor realizador e melhor filme... Não acabei a noite a chorar, mas podia!



m.*

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