Todos os anos o Circo Soledad Cardinali assenta arraiais no Queimódromo, mesmo aqui ao lado. Todos os anos comento que quero ir ao Circo. Todos os anos acabo a dizer "para o ano vou mesmo!".
E foi desta!
Bilhete comprado e lá fomos nós. Chegamos a uma tenda que serve de sala de espera para o espetáculo, uma novidade que não existia no nosso tempo. Tudo é uma tentação para as crianças e um pequeno desfalque para a carteira dos pais: pipocas, algodão doce, carrosséis...
Entramos para a tenda principal, com uma arena central e bancadas que deixaram de ser bancos corridos de madeira.
O espetáculo foi tão bonito como quando era pequena. Entre tigres, acrobatas e palhaços, os números que vimos ao longo de 2h30 foram tão encantadores como eram naquele tempo. Talvez um pouco longo para crianças, que cedo ficam impacientes, mas à medida para adultos.
Esta experiência podia fazer parte da nossa Tigela, mais um relato...mas neste caso, é um Há Duas sem Três. É que a Marta gosta de Circo (como eu), mas a Luísa não.
A L. acha que o Circo tem um lado triste, associado a uma vida difícil, nómada e a animais enclausurados.
É claro que a questão dos animais é um tema delicado...mas o que me fascina é, precisamente, esse lado de saltimbanco nómada. De gente que, por amor à camisola, anda de cidade em cidade a fazer dois espetáculos por dia, para quem os quiser ver. Que vive em comunidade por amor ao Circo. Que passa de acrobata a vendedor de guloseimas sem hesitar.
É esse lado mágico que me fascina, essa dedicação cega de quem vive no Circo e é feliz numa rotina difícil, que só se faz com amor.
Para o ano, vou outra vez.
R.
Para o ano, vou outra vez.
R.
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